O livre arbítrio e a predestinação são doutrinas opostas,
que causam debates no meio cristão.
O erro está no extremo das duas doutrinas, pois a
doutrina puramente bíblica está centrada entre as duas doutrinas.
Primeiro, quando afirmo que o ser humano está
predestinado à salvação, ou à condenação, cometo um erro grosseiro contra a
bondade de Deus.
Segundo, quando digo que a salvação depende apenas
de uma decisão carnal e soberba, ofendo a soberania de Deus.
A doutrina puramente bíblica ensina que, Deus
projetou e arquitetou o plano da salvação para o homem, mesmo antes de o homem
existir.
Deus na sua infinita misericórdia, não produziu
“robôs”, e sim pessoas que pudessem fazer uma escolha. A Bíblia afirma que a
salvação é pela graça, mas a graça é um presente de Deus, e sendo um presente,
pode, ou não ser rejeitado. (Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não
vem de vós; é dom de Deus (Efésios 2-8)).
Dom é presente, logo pode ser rejeitado, do mesmo
jeito que Esaú, Judas, Ananias e Safira rejeitaram.
Porém, O PRESENTE É DELE, e não uma conquista de
nossos esforços e escolhas.
Quando alguém te oferece um presente, você não diz: Eu quero este presente! Você
simplesmente aceita, ou não, porque você não é merecedor do presente, e nem
dono dele.
O presente (salvação) é algo que o homem jamais
poderá comprar, pois seu valor excede todas as riquezas da Terra, com suas
perfeições.
Jamais poderá ser comprada pela “santidade” dos
homens, pois o que é perfeito aqui na Terra, ainda está longe de alcançar o
padrão de Deus.
Não podemos “comprar” o presente com nossas obras,
por dois motivos:
Primeiro:
Ele é muito caro, o seu valor excede a capacidade humana. Ninguém, por mais
perfeito que tenha sido, poderia comprá-lo.
Segundo:
Ele é um presente, não um objeto de compra. Ou seja, ele já é oferecido de
graça, não porque merecemos, mas porque Deus nos ama.
Resumindo: Precisamos só aceitar este incomparável
presente, e isso requer uma escolha nossa:
Do mesmo jeito que os Israelitas escolheram entre a
benção e a maldição; Do mesmo jeito que Adão e Eva escolheram entre a Árvore da
Vida e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal; Do mesmo jeito que as pessoas
escolhem entre o Caminho Estreito e o Caminho Largo...
Pergunto: Qual pai não daria a sua vida por seu
filho? E Ele deu...
Mas agora, precisamos aceitá-lo e segui-lo como Pai
e Senhor, não por mera formalidade, mas por amor.
Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada
dia a sua cruz, e siga-me (Lucas
9-23).
Entenda! A parte Dele, Ele já fez, e continua
fazendo, agora cabe a nós a nossa parte.
Que parte?
A nossa parte consiste em aceitar e reconhecer o seu
imenso amor para conosco, reconhecendo o seu sacrifício por nossos pecados,
pois foi por meio de seu sacrifício, que nossa salvação foi adquirida.
Do mesmo jeito que a salvação do dilúvio, consistia
em estar dentro da Arca, a Salvação eterna consiste em estar enxertado no corpo
espiritual de Cristo, ou seja, estar em comunhão com Deus.
Vou explicar: Se um dos filhos de Noé não quisesse entrar
na Arca, o que aconteceria? Simplesmente ele morreria no dilúvio.
Resumindo: Por mais que a Salvação seja obra
exclusiva da soberania de Deus, cabe a nós a obediência, pois somente quando escolhemos obedecer é que estamos
dentro da “Arca”, que é Cristo.
Aí você me diz: Não! Eu só vou para a Igreja, porque
sou tocado por Deus!
Nisso te respondo: Se é assim, você é o mais miserável
de todos, pois como não amaríamos a sua casa, como não desejaríamos a sua
presença?
Jesus disse: Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for
mandado, dizeis: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer (Lucas 17-10).
Mas quando escolho aceitar o convite; aceitar que
não consigo por si só; aceitar que Ele é a minha única solução; aceitar a sua obra
em minha vida, Ele executa em mim a obra da sua Salvação.
A minha vida de Cristão começa com uma resposta:
Sim! Eu aceito Jesus como único Senhor e Salvador de minha vida, e a partir
daí, a minha vida é recheada de escolhas.
Aí você me diz: Não é nós que aceitamos Deus, é Ele
que nos aceita!
É verdade! Porém, ele nos aceita, se aceitarmos a
Cristo.
Qualquer que nega o Filho também não tem o Pai; e aquele que
confessa o Filho tem também o Pai
(1º João 2-23).
A cada dia escolho continuar servindo-o, amando-o e
louvando-o, e isso não pode ser feito como se fosse uma obrigação, mas por
amor.
Exemplo: É como se eu tivesse num poço muito
profundo e impossível de subi-lo, e me lançassem uma corda para ser puxado. Eu
poderia aceitar a corda, ou não, ou poderia aceitá-la, e no meio da subida
corta-la, deixando-me cair.
Eu não tenho
poder para sair do poço (condenação), mas poço aceitar a corda (salvação), que
me foi oferecida pela graça.
Outro exemplo: Estou caminhando rumo ao Céu (pelas
boas obras), mas o Céu é longínquo, e nem que caminhasse a vida inteira, jamais
conseguiria chegar. Mas passa alguém (Jesus Cristo), e me oferece uma carona,
eu aceito a carona, ou não. Se não aceitar estarei condenado.
Minhas capacidades e perfeições, não bastam para
alcançar o Céu, preciso da “carona”! Mesmo que eu passe a vida “caminhando”
para o Céu, nunca chegarei lá, pois rejeitei a “carona”, mediante o sacrifício
de Jesus.
JESUS TE ESCOLHEU, PARA QUE VOCÊ O ESCOLHA...